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EACH-USP, campus onde me formei bacharel em Sistemas de Informação
Escrevi esse post pela primeira vez em 2022, quando alguns amigos me falaram que o curso de computação foi um dos mais concorridos na FUVEST.
Desde então tenho atualizado ele sempre que possível e divulgado para vestibulandos com o intuito de ajudá-los a esclarecer algumas dúvidas comums a todos que possuem interesse em entrar na área, com focos naqueles que estão estudando para conseguir uma vaga na USP.
Tudo escrito nesse post é baseado na minha experiência pessoal e na de amigos próximos que estão na área, então não considere nada aqui como uma verdade absoluta :)
Um dos primeiros problemas que o vestibulando que quer ingressar na área é qual curso escolher. Alguns são direto ao ponto: vou prestar para Ciência da Computação, que é uma escolha fácil pelo simples destaque de "Computação" no nome. Eu que fiz Sistemas de Informação e estudei em uma sala onde uma parcela considerável tinha Ciência da Compução como primeira opção, alguns até considerando tentar transferência interna para o curso após alguns semestres.
E não levava mais que um semestre para eles desistirem da ideia e se conformarem com o curso que estavam. E um ou dois semestres a frente para entenderem que o curso que idealizavam quando queriam ir para computação era Sistemas de Informação o tempo todo!.
Assim como deve ser seu caso, tive várias dúvidas na época de vestibular mas diferente de alguns colegas que citei meu curso sempre foi minha primeira opção. O intuito desse post é compartilhar minha experiência sobre minha graduação, responder dúvidas que vestibulandos que tive contato tiraram comigo e quem sabe tirar esse peso da dúvida sobre qual curso ir das suas costas!
Ingressei em Sistemas de informação na EACH-USP em 2018, onde me formei em dezembro de 2021. Trabalho há cerca de 4 anos na área e passei por empresas como PagSeguro, Itaú, Nubank e Uber (onde trabalho atualmente).
Sobrevivi à vida acadêmica e adquiri uma vivência considerável no mercado de trabalho de forma que pude experimentar como é ser um profissional de tecnologia da informação na "vida real". E o saldo que tiro disso foi que eu não poderia estar mais satisfeito com a escolha de carreira que eu fiz.
Bom, seria injusto eu opinar já que fiz apenas o segundo.
De qualquer forma, meu objetivo era fazer USP pois sempre foi um sonho para mim. Na época que prestei vestibular, o IME-USP. onde é possível cursar Ciência da Computação, não havia passado por uma reforma curricular de modo que o currículo era um pouco... intimidador. Lembro de ver uma série de matérias que envolviam matemática pesada e até física, e como meu objetivo era aprender programação e trabalhar com isso eu não via muito sentido.
> Mas eu amo matemática!
(Eu preciso te avisar que muitas vezes esse amor termina no ensino superior... brincadeira! Mas acontece...)
Um outro problema é que o curso era matutino, tendo algumas aulas a tarde além de manhã, o que eu achava que poderia atrapalhar para eu arranjar um estágio.
Já que mencionei estágio, fica um detalhe importante:
Eu tendo a pensar que Ciência da Computação possa ter uma ênfase na carreira acadêmica, o que talvez seja muito interessante para quem já entre com esse objetivo. Mas é preciso deixar claro que um bacharel em Sistemas de Informação também pode seguir por esse caminho e vi alunos fazendo justamente isso.No mercado de trabalho, tanto o bacharel de CC quanto o de SI irão disputar as mesmas vagas. Fazer uma faculdade ou outra não vai te fechar porta alguma.
Voltando a falar sobre grade curricular, fiquei sabendo que a grade curricular do IME-USP mudou e na verdade aposto que hoje tem ainda mais semelhanças com Sistemas de Informação que diferenças. Uma coisa que com certeza a EACH tem de diferente é o Ciclo Básico, uma série de matérias comuns a todos os cursos da unidade (cursos como Educação Física e Saúde, Biotecnologia, Gestão de Políticas Públicas, Têxtil e Moda...), são elas:
Eu super entendo se você torcer o nariz para elas só de ler os nomes, tem inclusive alunos (e professores) do curso que se pudessem se livrariam totalmente do Ciclo Básico. Eu mesmo não sou o maior fã mas no final das contas algumas matérias foram até bem divertidas. Lembro das aulas de SMD onde a professora falava de futurologia, foi um exercício bem divertido para tentarmos adivinhar o futuro da humanidade, ciência e tecnologia. Fazer um artigo projetando sobre o impacto das Fake News nas eleições de 2018 com alunos de Marketing e Gestão de Políticas Públicas também foi um exercício muito interessante.
No geral, o saldo do Ciclo Básico terminou positivo pra mim, e sinto que ajudou a me mostrar o quanto tecnologia é uma área multidisciplinar, que construímos código para pessoas e não para máquinas e podemos aplicar nossos conhecimentos para resolver problemas reais e tornar a sociedade um lugar um pouco melhor. Sei de alunos que inclusive foram trabalhar com tecnologia aplicada na política e meio ambiente.
Uma das maiores surpresas de um calouro em tecnologia é descobrir que a faculdade não vai te deixar totalmente pronto pro mercado de trabalho, o que vai te exigir estudos por fora. Isso se deve porque a área está em constante mudança e inovação, de modo que qualquer currículo que tentasse acompanhar essa evolução ficaria facilmente defasado.
O que você vai aprender é uma base e teoria comum que irá te auxiliar seja qual for a tecnologia ou sua área de especialização! Bacana não é? :)
Segue algumas matérias do curso:
A grade curricular completa com descrições mais úteis você encontra aqui.
Minha turma teve uma particularidade onde tivemos um professor em Fundamentos de Sistemas de Informação que queria que criássemos um sistema completo (como site, jogo, aplicativo...) do zero durante o primeiro semestre da graduação. A notícia foi assustadora mas deu tudo muito certo e foi uma das matérias mais marcantes e gratificantes que já tive na graduação.
Meu primeiro site, em desastrosas linhas de PHP!
Meu primeiro app, em desastrosas linhas de Javascript! (React Native e Node.js)
Ao longo da graduação você provavelmente vai ter contato com uma infinidade de linguagens e em algumas matérias vai ser livre para escolher a que gostar mais. Algumas das que tive contato:
Existem áreas em TI onde habilidades matemáticas e estatísticas são realmente muito importantes, como Ciência de Dados, Business Analytics...
> Sabe a "Inteligência Artificial" que você tanto já ouviu falar? É muito cálculo e estatística envolvidos!
Então a verdade é que depende muito da área que você deseja atuar. Eu pessoalmente não sou tão fã, mas tive de sobreviver a:
E outras...
> Te assustou? Não desanime :) eu consegui passar por isso e você também vai!
Agora, 1 ano depois de formado eu passo longe de praticamente todo o conteúdo que aprendi nessas matérias. No máximo uma ou outra coisa que acabo vendo analistas de negócio ou cientistas de dados de onde trabalho usando, mas de longe e sem necessidade nenhuma de eu entender.
Se eu voltasse no tempo, continuaria escolhendo a EACH pois dois motivos:
Esse segundo ponto tem um detalhe importante: a pandemia pode ter mudado e muito essa situação. Na época que eu entrei na faculdade trabalho presencial ainda era a norma, mas como todos se lembram em 2020 por conta do coronavírus a oferta de trabalhos remotos e híbridos aumentou muito! Eu mesmo trabalhei MUITO mais remotamente que presencialmente até hoje.*
*Atualização (2024): Pós pandemia, a tendência no mercado é que as vagas remotas estão ficando cada vez mais escassas, então na minha opinião ficar próximo da capital volta a ser uma vantagem.
É uma ilusão que sem estudar por fora da faculdade as principais tecnologias do mercado e fazer alguns projetinhos você já vai estrear no mercado ganhando salários espetaculares, mas o ponto é que o esforço em TI é muito melhor recompensado que em muita área por aí. É exagero dizer que se você derrubar o currículo na porta da empresa vai garantir o emprego, mas considerando o panorama geral e o cenário macroeconômico complicado pós pandemia TI é uma área excelente.
A partir do terceiro ano da faculdade muita gente já começa a buscar estágio e até o final do curso (que dura de 4 a 6 anos, dependendo das reprovações) muita gente já está muito bem colocada no mercado de trabalho.
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Published: 2022-12-14
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